Geralmente, quem começa a planejar uma viagem pensa de cara nos destinos mais clássicos: Paris, Roma, Nova York, Buenos Aires, Tóquio. E tem mais que ser assim mesmo, tem que visitar esses lugares todos, mais de uma vez se possível. Mas o turista não vive só disso, sempre tem um tempinho a mais, às vezes quer conhecer algo diferente, então pensei em falar aqui hoje dos lugares que gostei mais e que não são as cidades mais visitadas. Nem tudo vai ser “aquela portinha que você não dá nada”, mas quem sabe alguém se anima com alguma sugestão:
Mascate, Omã
Já contei aqui que, quando eu estava trabalhando na Arábia Saudita, a empresa pagava parte dos custos das viagens de fim de semana do pessoal. Mais perto do final do projeto, eu já não tinha muitas possibilidades de lugares para ir: Catar e Yemen estavam em guerra com os sauditas, Bahrain me disseram que era sem graça, Líbano e Egito eu achava muito longe. Aí pensei em Omã, por duas razões principais: só pra dizer que fui em um país diferentão, e porque provavelmente eu nunca mais vou ter a oportunidade de conhecer um país com nome começado por O.
Ainda bem que fui. Como foram só 2 dias, não tive tempo de conhecer o interior, dizem que tem uns resorts de deserto e até uma região de “oásis” muito legais. Mas a capital, Mascate, é uma gracinha de cidade. De todas que visitei por lá, foi a que mais me pareceu com o estereótipo do “mundo árabe” que temos por aqui: mercados de temperos, a arquitetura “mil e uma noites”, os prédios “Prince of Persia”, além de uma culinária bem local. Curiosidade: é a cidade mais a leste que conheci no mundo.
Mostar, Bósnia e Herzegovina
Já falei de Sarajevo aqui, no texto sobre meus lugares favoritos, mas Mostar também é uma bela cidade. Ali você vê um pouco mais dos efeitos da Guerra da Iugoslávia, com muitas construções ainda em ruínas, vê também uma arquitetura mais antiga que a de Sarajevo (que é toda misturada), mas principalmente, vê a Stari Most (Ponte Velha), que é maravilhosa, tendo sido reconstruída recentemente após ser destruída na guerra pelos croatas.
San Andrés, Colômbia
Essa eu não considero exatamente um destino “alternativo”, mas é uma excelente opção para quem quer ir ao Caribe, mas fora de destinos hypados (e caros) como Punta Cana e Cancún. Esse trecho do “Caribe colombiano” tem praias muito bonitas, de água muito transparente, e o grupo de ilhas da região é muito legal de visitar.
Troo, França
Troo é uma cidade minúscula, nas margens do Rio Loire, na França, “famosa” por ser uma das últimas no país onde ainda se vive no estilo “troglodita” de casas e estabelecimentos em cavernas na montanha. Inclusive é possível se hospedar e passar a noite em um quarto de hotel que é uma caverna (porém com toda comodidade moderna). É interessante demais (e tinha um restaurante com uma tábua de queijos sensacional).
Plzen/Pilsen, Chéquia
Sim, isso mesmo, a cidade onde foi criado o estilo “Pilsen” de cerveja, e onde ainda hoje funciona a fábrica da Pilsner Urquell, o que torna a cidade um destino quase obrigatório para os amantes de cerveja que estejam na região. A visita é muito legal, você toma (obviamente) muito do produto deles, mas a cidade também é linda, incluindo a Catedral de São Bartolomeu, que é uma das igrejas mais impressionantes que já visitei.
Colonia del Sacramento, Uruguai
Cidadezinha histórica na foz do Rio da Prata, foi sequencialmente habitada e abandonada durante toda a época colonial na América do Sul. Tem um estilo próprio bem diferente das demais cidades uruguaias, lembrando um pouco Parati, no Rio de Janeiro. Funciona muito bem como uma ida e volta em um dia a partir de Buenos Aires, em um ferry que demora 45 minutos de viagem.
Bled, Eslovênia
A Eslovênia por si só já é um país mais “alternativo” de se visitar, mas vale bastante a pena. Ljubljana é uma cidade bem bonitinha, e no interior do país se localiza a cidade de Bled, que tem mais de 1000 anos e fica em volta de um grande lago com uma ilha no meio. O visual é lindo demais, e até a visita à pequena ilha central vale a pena pela curiosidade e pela vista da cidade, que sedia regatas internacionais de remo.
Carcassonne, França
Quando se fala de fortalezas turísticas medievais na França, a primeira que normalmente vem à mente é o Monte Saint-Michel, uma cidadela impossivelmente bonita em uma “semi-ilha” no mar do noroeste francês, ou talvez Avignon, cidade ao sul que por algumas décadas no século XIV foi a sede da Igreja Católica e que tem castelos lindos. Visitei essas duas e gostei bastante, mas para mim Carcassonne é a mais “autêntica”, não tem tantos turistas, e não virou um shopping a céu aberto como algumas partes do Monte Saint-Michel. Vale demais a visita para quem gosta de cidadelas medievais.
Bônus: Adis Abeba, Etiópia
Essa não posso dizer que visitei, na verdade fiz algumas conexões ali quando voei de Ethiopian Airlines para a Arábia. Nem cheguei a sair para a cidade, mas sempre acho divertido conhecer aeroportos novos e diferentes, e por mais que esse lembrasse mais uma rodoviária (estava em obras pesadas em 2018, provavelmente já está com uma estrutura melhor hoje em dia), não é sempre que vc tem a chance de tomar cerveja etíope, ou comprar o café de lá, internacionalmente famoso, direto da fonte. E ainda tive a chance de fazer uma piada que estava torcendo para conseguir: